O Parque Estadual Cunhambebe (PEC) abrange parte dos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí, possuindo uma área de 38.053 hectares.
O nome Cunhambebe foi escolhido para homenagear o grande cacique tupinambá, líder no episódio histórico Confederação dos Tamoios, ao unir chefes indígenas de diferentes tribos da região do litoral norte de São Paulo e do sul fluminense para lutar contra os colonizadores portugueses. Sua aldeia se localizava em terras que hoje pertencem ao Município de Angra dos Reis.
A finalidade principal da criação do PEC, que ocorreu no ano de 2008, foi assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da região sul fluminense da Serra do Mar, permitindo a conectividade entre os maciços da Bocaina e do Tinguá, preservando montanhas, cachoeiras e demais paisagens notáveis. Trata-se de uma unidade de conservação com papel fundamental para garantir a conservação de uma das principais fontes de abastecimento de água da população do sul do Estado do Rio, além de promover a proteção da fauna e flora nativa e propiciar a pesquisa científica.
Outras unidades de conservação geridas pelo Inea estão situadas nesta mesma região turística da Costa Verde: Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Mangaratiba; Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Tamoios; Parque Estadual da Ilha Grande e Reserva Ecológica Estadual da Juatinga.
  (21) 3789-2965
 Sede : Estrada da Cachoeira s/n, Sahy, Mangaratiba - RJ.
  Telefone: (21) 3789-2965.
  pecunhambebe.inea@gmail.com
 Atividades permitidas : 
Segundo o Decreto Estadual nº 42.483/2010, que estabelece as diretrizes para o uso público nos parques estaduais do RJ):
I - visitação para lazer e recreação;
II - esportes de aventura;
III - esportes radicais;
IV - turismo de aventura;
V - ecoturismo;
VI - educação ambiental;
VII - interpretação ambiental;
VIII - pesquisa científica;
IX - atividades artísticas de fotografia, filmagem e artes plásticas; e
X - outras atividades compatíveis com os propósitos e objetivos dos parques estaduais, a critério do Inea.
 Atividades não permitidas : 
I - o trânsito e o estacionamento de veículos automotivos em locais não autorizados;
II - a prática de bicicross e de mountain bike fora das trilhas designadas pelo Inea para esse fim;
III - o trânsito de veículos movidos à tração animal, exceto quando a serviço da administração do Parque;
IV - o uso e a permanência de animais domésticos;
V - o depósito de lixo fora dos recipientes apropriados (lixeiras);
VI - a retirada total ou parcial de qualquer planta ou amostra mineral;
VII - a caça, a pesca, a captura de animais silvestres ou a montagem de artefatos de caça, bem como proporcionar maus-tratos ou alimentação inadequada à fauna local;
VIII - a introdução de espécies animais ou vegetais, domésticas ou silvestres, nativas ou exóticas, sem a devida autorização, independente da forma de introdução no interior do parque estadual;
IX - a prática de atividades comerciais não autorizadas;
X - a utilização de produtos químicos para banho ou lavagem de objetos em corpos hídricos naturais ou artificiais existentes, assim como a captação da água para outros fins sem a devida autorização;
XI - a realização de eventos sem a devida autorização (festas, encontros religiosos e shows, dentre outros);
XII - a utilização de aparelhos sonoros, salvo com autorização expressa da administração do parque;
XIII - o ateamento de fogo na vegetação, bem como a realização de fogueiras ou qualquer outra conduta que possa causar incêndio florestal ou em outras formas de vegetação nativa;
XIV - o acampamento fora das áreas designadas para esse fim;
XV - a realização de caminhadas fora das trilhas existentes, bem como a abertura e interligação de atalhos que possam acelerar o processo erosivo das trilhas;
XVI - a realização de pesquisa científica sem a devida autorização;
XVII - o uso de imagem (fotografia, gravação, filmagem) dos parques estaduais para fins comerciais sem a devida autorização. Saiba mais.
§ 1º - Manifestações religiosas só poderão ocorrer em locais previamente designados para tal e todo o material empregado deverá ser recolhido imediatamente após o culto pelos praticantes.
§ 2º - O uso ou a permanência de animais domésticos no interior dos parques estaduais poderá ser autorizado, excepcionalmente, pelo chefe da unidade de conservação em circunstâncias que o justifiquem.
Conduta consciente em unidades de conservação
Informe-se sobre regulamentos, restrições e condições climáticas. Planejamento é muito importante. Você é responsável pela sua segurança. Use somente as trilhas. Atalhos destroem plantas e raízes, além de causar erosão. Leve seu lixo de volta. Proteja a floresta de incêndios, não jogue pontas de cigarro nem acenda fogueiras. Respeite a fauna e a flora. Não alimente os animais nem retire plantas. Seja discreto, não faça ruídos desnecessários,
Nem deixe marcas em árvores ou rochas. Seja cortês com os outros visitantes e com a população local. Deixe os animais de estimação em casa.
Você é bem-vindo!
A região dos atuais municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí passou por grandes ciclos econômicos envolvendo a exploração dos recursos naturais. A boa oferta de água doce e uma geografia favorável ao cultivo de alimentos possibilitaram que núcleos de povoamento, embriões de futuras vilas e cidades se formassem.
O primeiro ciclo, que foi do pau-brasil (Caesalpinia echinata), no século XVI, já acarretava os primeiros grandes impactos ambientais à Mata Atlântica.
Sucederam-se, no século XVI e ao longo do século XVII, o ciclo da cana-de-açúcar e do café. Houve, por conseguinte, um estreitamento das relações comerciais entre a zona costeira e a hoje chamada região do Médio Paraíba, reforçada durante o século XVIII com o ciclo do ouro e o comércio de negros escravizados.
A segunda metade do século XIX foi marcada pelo declínio econômico na região, resultado da falência do modelo da economia cafeeira. A estagnação econômica gerou esvaziamento político e diminuição populacional, além do isolamento geográfico, que marcou a cultura e o modo de vida no litoral. Esse período e o isolamento gerado favoreceram uma discreta recuperação e uma relativa conservação ambiental e a formação do patrimônio histórico e cultural.
Durante o século XX, um novo ciclo de crescimento econômico ajudou a dinamizar a região, tendo as linhas férreas como principal avanço. Além disso, o desenvolvimentismo baseado no transporte rodoviário e grandes projetos de investimento também resultaram em pressões sobre os recursos ambientais.
Na atualidade, os investimentos em infraestrutura, indústria, turismo e expansão imobiliária, embora tragam um novo ciclo de crescimento econômico e demográfico, tendem a resultar em mais pressões sobre o meio ambiente na região.
O parque protege importante remanescente de vegetação. A floresta atlântica montana, típica do bioma Mata Atlântica, se apresenta na forma de floresta ombrófila densa, em seus respectivos gradientes de submontana a altomontana, e a floresta estacional semidecidual submontana e montana, que, como essas denominações já sugerem, distinguem-se principalmente pela altitude do relevo onde se encontram.
Na vegetação voltada para o litoral é comum encontrar uma grande variedade de espécies arbóreas de diferentes grupos. À medida que atinge altitudes mais elevadas, a floresta aumenta e fica mais complexa. O relevo forte e íngreme e de acesso difícil contribuiu para a preservação. Espécies típicas das áreas em estágio avançado da Mata Atlântica são os cedros (Cedrela odorata, Cedrela fissilis), os angicos (Piptadenia sp.), a canela-branca (Cryptocaria moschata), a canela-preta (Nectandra mollis), o jatobá (Hymenaea coubaril), a peroba (Aspidosperma sp.), a paineira (Chorisia speciosa), a candeia (Plathymeniafoliolosa), o pau-de-tucano (Vochysia tucanorum), o jequitibá (Cariniana estrellensis), o maçaranduba (Persea pyrifolia), entre muitas outras. Também são encontradas bromélias e orquídeas, muito comuns e de variadas espécies.
Dentro dos limites do parque está abrigada uma grande parte da diversidade biológica regional, com espécies de interesse científico e em risco de extinção. Destacam-se o macaco muriqui (Brachyteles arachnoides), a jaguatirica (Leopardus pardalis), a onça-parda (Puma concolor) e a paca (Cuniculus paca), que estão presentes na lista de espécies da fauna ameaçada de extinção. Com relação à avifauna, há uma notável diversidade de espécies, tais como a jacutinga (Aburria jacutinga), o gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus) e o papa-moscas-estrela (Hemitriccus furcatus).
O clima tropical subquente úmido e subúmido predomina na região, pois há influência marítima sobre a amplitude térmica diária. O período mais chuvoso na região é o verão, seguido pela primavera.
Com relação à temperatura, a diferença da média anual entre as vertentes sul e norte é influenciada pelo relevo, com a tendência de que ocorra a diminuição da temperatura conforme aumenta a altitude. Além disso, a proximidade com o mar torna a amplitude térmica menor na vertente sul. Aí, a temperatura média anual é de 23,2°C, três graus acima do que na vertente norte, que tem média anual de 20,9°C.
Os índices de umidade relativa média anual variam, na vertente sul, entre 75% e 82% durante todo o ano e, na vertente norte, entre 82% e 86%.
A unidade de conservação está inserida nas regiões hidrográficas da Baía da Ilha Grande e do Guandu. Na primeira, predominam serras escarpadas, correspondentes à Serra do Mar, avançando bastante ao mar, com o curso superior dos rios geralmente bem íngremes e encaixados, uma característica peculiar. Apresenta alterações significativas entre os cursos superior e inferior, favorecendo a formação de quedas-d’água e cachoeiras.
A parte Guandu tem dois conjuntos fisiográficos principais: o domínio serrano, com as serras escarpadas da vertente oceânica da Serra do Mar e maciços costeiros, e o domínio de baixada, de extensas planícies fluviais e fluviomarinhas. Também ocorrem colinas residuais de transição da parte serrana e de baixada, tal como nas serras escarpadas, favorecendo a formação das quedas-d’água.
  Foto : Acervo IneaO PEC se configura pelo relevo escarpado da Serra do Mar, bastante recortado, com formação de baías e enseadas que adentram o oceano. Grande parte de seu território encontra-se nas áreas de maior altitude. Nessas, predominam as serras acima de 400 m, a presença de serras isoladas e serras locais de transição, com variação de altitude entre 200-400 m.
De maneira geral predominam declividades entre 15º e 30º, ocupando mais de 52% de sua área total.
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Instituto Estadual do Ambiente