Localizada na região sul do estado do Rio de Janeiro, na baía de mesmo nome, a Ilha Grande pertence ao município de Angra dos Reis. É a maior ilha do Estado do Rio de Janeiro, com uma área de 193 km². Trata-se de um dos destinos mais conhecidos do Brasil.
O Parque Estadual da Ilha Grande (PEIG) é o segundo maior parque insular do país e ocupa cerca de 62,5% da Ilha Grande. Sua importância para a proteção e conservação da biodiversidade fez com que fosse reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Unesco, como parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, em 1992. O parque foi criado em 1971 e teve seu território modificado pela última vez em 2007, com 12.052 hectares.
Na área do parque estão mais de dez praias, além de costões rochosos, florestas, restingas, manguezais, rios, cachoeiras, lagoas, construções históricas e mais de 80 km de trilhas.
O local propicia condições para aventuras terrestres, aquáticas, recreação, interpretação, aprendizagem, inspiração e relaxamento, graças às paisagens espetaculares, história e natureza ímpar, ao lado de diversas atrações.
ATENÇÃO: Planeje seu roteiro e deixe sempre alguém avisado sobre ele. Busque sempre o máximo de informações sobre o atrativo a ser visitado. A contratação de um guia experiente é sempre uma boa opção.
  
Administração : Av. Nacib Monteiro de Queiroz, s/nº - Vila do Abraão – Ilha Grande - Angra dos Reis – RJ.
  Tel. : (24) 3361-5540 / (21) 3361-5800.
 Atividades permitidas : 
Segundo o Decreto Estadual nº 42.483/2010, que estabelece as diretrizes para o uso público nos parques estaduais do RJ:
I - visitação para lazer e recreação;
II - esportes de aventura;
III - esportes radicais;
IV - turismo de aventura;
V - ecoturismo;
VI - educação ambiental;
VII - interpretação ambiental;
VIII - pesquisa científica;
IX - atividades artísticas de fotografia, filmagem e artes plásticas; e
X - outras atividades compatíveis com os propósitos e objetivos dos parques estaduais, a critério do Inea.
 Atividades não permitidas : 
I - o trânsito e o estacionamento de veículos automotivos em locais não autorizados;
II - a prática de bicicross e de mountain bike fora das trilhas designadas pelo Inea para esse fim;
III - o trânsito de veículos movidos à tração animal, exceto quando a serviço da administração do Parque;
IV - o uso e a permanência de animais domésticos;
V - o depósito de lixo fora dos recipientes apropriados (lixeiras);
VI - a retirada total ou parcial de qualquer planta ou amostra mineral;
VII - a caça, a pesca, a captura de animais silvestres ou a montagem de artefatos de caça, bem como proporcionar maus-tratos ou alimentação inadequada à fauna local;
VIII - a introdução de espécies animais ou vegetais, domésticas ou silvestres, nativas ou exóticas, sem a devida autorização, independente da forma de introdução no interior do parque estadual;
IX - a prática de atividades comerciais não autorizadas;
X - a utilização de produtos químicos para banho ou lavagem de objetos em corpos hídricos naturais ou artificiais existentes, assim como a captação da água para outros fins sem a devida autorização;
XI - a realização de eventos sem a devida autorização (festas, encontros religiosos e shows, dentre outros);
XII - a utilização de aparelhos sonoros, salvo com autorização expressa da administração do parque;
XIII - o ateamento de fogo na vegetação, bem como a realização de fogueiras ou qualquer outra conduta que possa causar incêndio florestal ou em outras formas de vegetação nativa;
XIV - o acampamento fora das áreas designadas para esse fim;
XV - a realização de caminhadas fora das trilhas existentes, bem como a abertura e interligação de atalhos que possam acelerar o processo erosivo das trilhas;
XVI - a realização de pesquisa científica sem a devida autorização;
XVII - o uso de imagem (fotografia, gravação, filmagem) dos parques estaduais para fins comerciais sem a devida autorização. Saiba mais.
§ 1º - Manifestações religiosas só poderão ocorrer em locais previamente designados para tal e todo o material empregado deverá ser recolhido imediatamente após o culto pelos praticantes.
§ 2º - O uso ou a permanência de animais domésticos no interior dos parques estaduais poderá ser autorizado, excepcionalmente, pelo chefe da unidade de conservação em circunstâncias que o justifiquem.
Conduta consciente em unidades de conservação
Informe-se sobre regulamentos, restrições e condições climáticas. Planejamento é muito importante. Você é responsável pela sua segurança. Use somente as trilhas. Atalhos destroem plantas e raízes, além de causar erosão. Leve seu lixo de volta. Proteja a floresta de incêndios, não jogue pontas de cigarro nem acenda fogueiras. Respeite a fauna e a flora. Não alimente os animais nem retire plantas. Seja discreto, não faça ruídos desnecessários, nem deixe marcas em árvores ou rochas. Seja cortês com os outros visitantes e com a população local. Deixe os animais de estimação em casa.
Você é bem-vindo!
A Ilha Grande foi inicialmente habitada pelos paleoíndios (povo do Sambaqui e da Pedra Polida), há cerca de 3.000 anos, e depois pelos índios Tupinambás, que eram apaixonados pela música e pela dança. Também foi habitada pelos índios da tribo dos Tamoios durante todo o século XV, até a chegada dos portugueses em Angra dos Reis em 1502. Na época do descobrimento do Brasil, os índios tamoios devido à sua grande extensão territorial a chamavam de Ipaum Guaçu, o que na língua tupi-guarani significa Ilha Grande, cuja denominação se estabeleceu até hoje.
Em 1886, na Vila do Abraão funcionava o hospital de quarentena para imigrantes recém-chegados da Europa que fossem suspeitos de portar doenças infectocontagiosas. Também conhecido como “Lazareto”, funcionou até o ano de 1913. Mas, por volta dos anos 1940, no governo de Getúlio Vargas, o antigo Lazareto foi transformado na Colônia Penal Cândido Mendes, desativada em 1954, e demolida em 1961. Outro presídio também marcou a história da Ilha Grande, na Vila de Dois Rios, durante o período de 1903 a 1994, quando foi desativado e atualmente é utilizado para pesquisas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A história da ilha é composta por diversos ciclos, ciclos econômicos e sociais, que envolveram o extrativismo de madeira, atividades agrícolas à base de café, Açucar e criação de gado, como também, a passagem de indígenas, refúgio de piratas, uma estação de quarentena para imigrantes (o Lazareto), dois presídios, fábricas de processamento de sardinha iniciadas por japoneses e gregos, além da tradicional cultura caiçara ainda presente no local a partir de todo este processo cultural que marcou sua história.
A Mata Atlântica densa reveste mais de 90% da área do Parque Estadual da Ilha Grande, sendo o restante ocupado por restingas, brejos, manguezais e vegetação sobre afloramentos rochosos.
As florestas do parque apresentam distintas alturas, espaçamentos e densidade de árvores e arbustos. Esta variedade é reflexo de um conjunto de fatores, como altitude, espessura e fertilidade do solo, proximidade do mar, inclinação da encosta, exposição ao sol, ventos e chuvas, bem como das diferenciadas formas e intensidades de degradação causada pelo homem no passado. Uma parte especial do parque, situada na parte superior das montanhas, abriga florestas em excelente estado de conservação.
A flora é composta por mais de 250 espécies de árvores, além de milhares de espécies de arbustos, cipós, trepadeiras, bromélias, orquídeas, ervas, samambaias, liquens, musgos e fungos. Destacam-se árvores como jacarandás, sapucaias, cedros, maçarandubas, guapuruvus, ipês amarelo, roxo e branco, araribás, caixetas, canelas, copaíbas, ingás, jatobás, jequitibás, muricis, murtas, pau-de-alho, jacatirão. A vegetação de restinga pode ser encontrada atrás das praias de Lopes Mendes, do Leste e da Parnaioca, enquanto os manguezais aparecem nas praias do Sul e do Leste, Dois Rios e Parnaioca, e fora da área de parque, no Saco do Céu.
O parque abriga milhares de espécies de invertebrados, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Algumas têm população escassa, poucas dezenas de indivíduos, e outras tem centenas ou até alguns milhares ou mesmo milhões de indivíduos. Pelo fato de ser uma ilha, a grande maioria dos animais nasce, cresce e morre no parque, exceto algumas espécies de aves que voam para o continente e outras ilhas próximas.
Os animais não se distribuem de maneira uniforme pelo parque porque a vegetação, o relevo, os solos e o clima criam diferentes habitats. A vegetação é um mosaico, com cada parte tendo diferentes formações e idades cronológicas. Os períodos de atividade são também distintos e muitos animais estão ativos somente à noite.
O animal símbolo do PEIG é o bugio (Alouatta guariba), um macaco também conhecido como guariba ou barbado, espécie criticamente em risco de extinção. Além do bugio, existem no parque outras espécies reconhecidas como raras ou com risco de extinção, como o ouriço-cacheiro, jaguatirica e lontra. Há também espécies endêmicas, como a rã-de-fredy (Hylodes fredi). Na avifauna destacam-se espécies como o tangará dançarino, araponga, pavó, maitaca, tiriba, martim-pescador, gavião-pomba e bacurau. Nas regiões praianas ou junto ao mangue são comuns socós, atobá e tesourão.
Os maiores animais são capivaras, jacarés-do-papo-amarelo, bugios, macacos-prego, pacas, cutias, urubu-rei e gaviões-mico, além de lontras, jaguatiricas, quatis e a preguiça-comum. A avifauna possui várias espécies raras e ameaçadas de extinção, como o pavó, o chauá e o gavião-pomba.
O clima da Ilha Grande é tropical, quente e úmido, sem estação seca, sendo resultado de uma combinação de fatores estáticos (localização geográfica e topografia) e dinâmicos (massas de ar). A altitude, o posicionamento do relevo em relação ao continente e ao oceano, a proximidade do mar e a direção das massas de ar combinam-se para produzir microclimas e variações de regime pluvial (chuva orográfica), de temperatura e de circulação dos ventos a curtas distâncias. A Ilha Grande está sujeita a chuvas durante o ano todo, com maior concentração no verão, de dezembro a março, e menor no inverno, de junho a agosto. A variação da chuva ao longo do ano decorre, principalmente, das perturbações de frentes frias e das frentes tropicais.
A temperatura média anual varia entre 20° e 26° C, apresenta pequena variação ao longo do ano, sendo julho o mês mais frio (20,2°C) e fevereiro o mais quente (26,4°C). No verão as temperaturas médias estão sempre acima de 24°C. A amplitude térmica atinge 30°C, oscilando entre a máxima absoluta de 39,3°C registrada em fevereiro, e a mínima absoluta de 9,4°C anotada em agosto. As médias de temperatura máxima podem ser superiores a 30°C, principalmente em fevereiro. Comparando-se com a temperatura mínima, há um contraste marcante especialmente nos meses de inverno, quando a temperatura pode cair até aproximadamente 10° C, como é o caso do mês de julho.
A Ilha Grande apresenta dezenas de rios com pequena extensão, regime torrencial e declividade elevada em grande parte do percurso. Os rios que fluem para o sul estão integralmente no PEIG ou na Reserva Biológica da Praia do Sul. Todos os demais nascem no PEIG e nele desenvolvem grande parte de seus trajetos. Embora alguns sejam localmente chamados de rios, observa-se que na Ilha Grande existem apenas córregos, riachos e regatos.
Em geral, os moradores nativos da ilha chamam os córregos de “cachoeira”. Alguns rios recebem o nome da praia onde desaguam. Um estudo da UERJ de 2008 identificou 79 pequenas bacias hidrográficas, dos quais 27 entre 17 e 1 km², e 52 com área inferior a 1 km². Para fins de gerenciamento das águas do PEIG e entorno, a Ilha Grande foi dividida em 3 Unidades Hidrográficas (UH), levando-se em conta a orientação das vertentes e, como consequência, a exposição às precipitações resultantes das entradas das frentes frias e tropicais. O parque é o produtor de água que abastece todas as vilas e povoados.
As rochas que constituem as montanhas da Ilha Grande datam de 630-480 milhões de anos atrás, quando ocorreram sucessivas colisões de placas tectônicas. Há 80 e 40 milhões de anos, vários fenômenos geológicos ocorreram na região onde se localiza a Ilha Grande. Nessa época, os movimentos verticais da crosta, atuantes desde a abertura do Atlântico Sul, criaram a Serra do Mar e, em consequência, as montanhas que um dia comporiam a Ilha Grande.
A Ilha Grande dispõe de diversas cavidades naturais pequenas, terrestres e litorâneas. As terrestres são constituídas por espaços entre blocos rochosos amontoados, enquanto entre as litorâneas encontram-se aquelas geradas pela erosão das ondas. As mais conhecidas são a Gruta do Acaiá, localizada fora do PEIG, e a Toca das Cinzas, que liga Dois Rios e Parnaioca. Grutas de grande beleza podem ser observadas no costão rochoso entre a Parnaioca e Dois Rios, todas de acesso difícil devido às ondas.
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Instituto Estadual do Ambiente