Visitação : de terça a domingo, das 8h às 17h.

O parque foi criado em 2013, na área metropolitana da cidade do Rio de Janeiro,  em partes dos municípios do Rio, Nova Iguaçu e Mesquita, para proteger e conservar um dos últimos grandes remanescentes florestais na região, tendo sido declarado como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), desde 1992.

O objetivo da criação da unidade de conservação foi manter esta área densamente florestada, com espécies biológicas raras e ameaçadas de extinção, bem como as nascentes de inúmeros cursos d’água contribuintes do rio Guandu, que abastece os municípios do Rio e região do Grande Rio, além de permitir a recuperação das áreas degradadas ali existentes.

  

Administração : Estrada da Caixinha, nº 100, Bangu - Rio de Janeiro - RJ

  Tel. : (21) 3765-2228

 Atividades permitidas : 

Segundo o Decreto Estadual nº 42.483/2010, que estabelece as diretrizes para o uso público nos parques estaduais do RJ):

I - visitação para lazer e recreação;

II - esportes de aventura;

III - esportes radicais;

IV - turismo de aventura;

V - ecoturismo;

VI - educação ambiental;

VII - interpretação ambiental;

VIII - pesquisa científica;

IX - atividades artísticas de fotografia, filmagem e artes plásticas; e

X - outras atividades compatíveis com os propósitos e objetivos dos parques estaduais, a critério do Inea. 

 Atividades não permitidas : 

I - o trânsito e o estacionamento de veículos automotivos em locais não autorizados;

II - a prática de bicicross e de mountain bike fora das trilhas designadas pelo Inea para esse fim;

III - o trânsito de veículos movidos à tração animal, exceto quando a serviço da administração do Parque;

IV - o uso e a permanência de animais domésticos;

V - o depósito de lixo fora dos recipientes apropriados (lixeiras);

VI - a retirada total ou parcial de qualquer planta ou amostra mineral;

VII - a caça, a pesca, a captura de animais silvestres ou a montagem de artefatos de caça, bem como proporcionar maus-tratos ou alimentação inadequada à fauna local;

VIII - a introdução de espécies animais ou vegetais, domésticas ou silvestres, nativas ou exóticas, sem a devida autorização, independente da forma de introdução no interior do parque estadual;

IX - a prática de atividades comerciais não autorizadas;

X - a utilização de produtos químicos para banho ou lavagem de objetos em corpos hídricos naturais ou artificiais existentes, assim como a captação da água para outros fins sem a devida autorização;

XI - a realização de eventos sem a devida autorização (festas, encontros religiosos e shows, dentre outros);

XII - a utilização de aparelhos sonoros, salvo com autorização expressa da administração do parque;

XIII - o ateamento de fogo na vegetação, bem como a realização de fogueiras ou qualquer outra conduta que possa causar incêndio florestal ou em outras formas de vegetação nativa;

XIV - o acampamento fora das áreas designadas para esse fim;

XV - a realização de caminhadas fora das trilhas existentes, bem como a abertura e interligação de atalhos que possam acelerar o processo erosivo das trilhas;

XVI - a realização de pesquisa científica sem a devida autorização;

XVII - o uso de imagem (fotografia, gravação, filmagem) dos parques estaduais para fins comerciais sem a devida autorização. Saiba mais.

§ 1º - Manifestações religiosas só poderão ocorrer em locais previamente designados para tal e todo o material empregado deverá ser recolhido imediatamente após o culto pelos praticantes.

§ 2º - O uso ou a permanência de animais domésticos no interior dos parques estaduais poderá ser autorizado, excepcionalmente, pelo chefe da unidade de conservação em circunstâncias que o justifiquem.

Conduta consciente em unidades de conservação

Informe-se sobre regulamentos, restrições e condições climáticas. Planejamento é muito importante.Você é responsável pela sua segurança. Use somente as trilhas. Atalhos destroem plantas e raízes, além de causar erosão. Leve seu lixo de volta. Proteja a floresta de incêndios, não jogue pontas de cigarro nem acenda fogueiras. Respeite a fauna e a flora. Não alimente os animais nem retire plantas. Seja discreto, não faça ruídos desnecessários, nem deixe marcas em árvores ou rochas. Seja cortês com os outros visitantes e com a população local. Deixe os animais de estimação em casa.

Você é bem-vindo!


A origem do nome Mendanha está ligada ao primeiro fazendeiro local, o sargento mor Luiz Vieira Mendanha, produtor de açúcar, café, aguardente e dono de grande número de escravos.

No início do século XX, a fazenda Mendanha ganhou notoriedade como uma das primeiras terras cariocas a desenvolver o cultivo do café e, posteriormente, por fornecer matrizes para os maiores cafezais fluminenses, que seguiram o ciclo em direção ao Vale do Paraíba. O local destacou-se também, juntamente com o Maciço da Pedra Branca, como gerador das mudas usadas no reflorestamento da Floresta da Tijuca.

Os primeiros colonizadores chegaram a essa região no início do século XVII. No local eram cultivados canaviais e foram construídos engenhos de açúcar. Também houve uma grande extração da preciosa madeira chamada tapinhoã, que substituía o carvalho no reparo das naus portuguesas avariadas. Esta madeira, de alta dureza e resistência, somente podia ser usada pela Coroa Portuguesa, devido a sua importância estratégica.

No século XIX, segundo pesquisadores, já havia cafezais, escravos e engenhos nas fazendas Espírito Santo e Mata-Fome que dominavam a região. Já início do século XX, as fazendas foram vendidas a um certo Conde Modesto Leal, já como os nomes de fazenda Dona Eugênia e São Felipe.

Na Serra do Mendanha nasceu e morou o naturalista Francisco Freire Alemão, um dos maiores botânicos brasileiros, que viveu numa chácara, no século XIX. Era também médico, cuidava do Imperador Pedro II e da família real, de quem se tornou amigo. No campo, grafou nomes populares e científicos de vegetais, animais e insetos. Também desenhava as espécies, facilitando muito o trabalho dos pesquisadores que o sucederam.

Este local histórico, e desde o seu descobrimento povoado e explorado em suas riquezas, tornou-se uma área protegida por abrigar um dos últimos grandes remanescentes florestais da Mata Atlântica da região metropolitana do Rio.

A região do maciço Gericinó-Mendanha também está legalmente protegida por três outras unidades de conservação: Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Gericinó-Mendanha e complementarmente por dois parques naturais municipais: o Parque Natural Municipal da Serra do Mendanha (PNMSM) e o Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu (PNMNI), este último na Serra de Madureira, abrangendo parte dos municípios de Nova Iguaçu e Mesquita. 


A presença de áreas militares, juntamente com a proteção legal conferida à região, foram fatores que resultaram na manutenção de boa parte da cobertura vegetal na área hoje do parque, ainda bem conservada, mantendo características originais de Mata Atlântica.

Predomina a floresta ombrófila densa submontana e montana, segundo classificação do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE). A formação florestal do maciço do Gericinó-Mendanha é constituída pela floresta subperenifólia, que ocorre nas partes mais elevadas, úmidas e com clima mesotérmico, e pela floresta subcaducifólia, típica de encostas baixas e mais secas. Esta pode ser diferenciada pelo porte e densidade, além da perda de folhas no período seco.

Nas florestas remanescentes encontram-se espécies ainda pouco conhecidas. A mata apresenta variação de altura entre 20 e 25 m, com árvores emergentes de copa ampla, que podem facilmente ultrapassar 30 m de altura, e diversas espécies arbóreas de porte significativo. Um indicador do estado de preservação das matas é a presença de espécies como tapinhoã (Mezilaurus navalium), jatobá (Hymenaea courbaril), jequitibá–rosa (Cariniana legalis), cedrorosa (Cedrela fissilis), quaresmeira (Tibouchina granulosa), camboatá (Cupania oblogifolia), avenca (Adiantum pulverulentum) e jacarandá-caviúna (Dalbergia nigra).


Apesar de ter sofrido intensa ação humana, o parque abriga uma grande biodiversidade, que compreende espécies de fauna raras, endêmicas e ameaçadas de extinção. É comum, ao passar pelas trilhas, encontrar animais como preguiças, serpentes e ouvir o canto de inúmeras aves.

Dentre as espécies em destaque no PEM é possível citar o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), o quati (Nasua nasua), a paca (Agouti paca), o gambá (Didelphis aurita), a preguiça-comum (Bradypus variegatus), a jacupemba (Penelope superciliaris) e o gavião-carijó (Rupornis magnirostris).

Conheça as Aves do Parque Estadual Mendanha


A região, em termos gerais, é quente e úmida, com temperatura média variando entre 18° e 27°C. Os meses mais quentes são os compreendidos entre novembro e abril e os mais frios, entre maio e outubro. As chuvas são mais frequentes entre dezembro e março, sendo janeiro o mês mais chuvoso.

O maciço Gericinó-Mendanha é uma região rica em sistemas hidrográficos, o que garante temperaturas amenas, com diversos riachos e pequenos córregos, sendo considerada como de terras bem drenadas.

Este maciço, que inclui o Morro do Marapicu e as Serras do Mendanha, do Gericinó e Madureira, influi nos microclimas do seu entorno, seja pelo relevo, que atua como barreira à passagem de ventos e de massas úmidas, seja por causa da presença de matas, que contribuem para a absorção de calor e para o nível de umidade do ar.


O parque situa-se entre as duas grandes bacias da Região Metropolitana do Rio de Janeiro: a bacia da Baía de Guanabara, representada pelos rios Iguaçu e Sarapuí), e a bacia da Baía de Sepetiba (representada pelo Rio Guandu).

Os cursos d’água, por atravessarem uma topografia muito acidentada, formam várias cachoeiras e poços e fazem parte da macrobacia da baía de Sepetiba, sub-bacia secundária do rio da Prata do Mendanha; e da macrobacia da Guanabara, sub-bacia do rio Sarapuí.  Já os rios Fundão e Bica-do-Padre são os que apresentam maior volume de vazão, dentre os que nascem nos limites do parque. Estas águas são rápidas e, em geral, cristalinas, com leitos pedregosos e fundos arenosos, possuindo grandes poças estacionais, onde é depositada boa parte da matéria orgânica levada pelas águas ou resultante da queda de folhas e galhos da vegetação.

No trajeto destes cursos são comuns grandes matacões graníticos e gnáissicos, oriundos da intempérie da rocha matriz que compõe a serra, e desníveis abruptos que formam, ocasionalmente, pequenas quedas-d’água. Apenas ao atingirem níveis mais baixos, geralmente inferiores a 50 m, as águas apresentam maior turbidez e passam a receber esgotos domésticos de residências na periferia do parque. Nestes pontos há formação de pequenos brejos e valas de drenagem.

Também encontram-se vários cursos d’água sendo desviados de seu trajeto original, principalmente para a irrigação de pequenas plantações.  


O maciço do Mendanha é dividido em seis domínios geomorfológicos: planalto central; escarpa Cabuçu, a encosta norte do maciço; escarpa Gericinó e escarpa Mendanha, a encosta sul; rampa Dona Eugênia, o flanco oriental; rampa Guandu do Sapé, o flanco ocidental; Marapicu, o morro presente na extremidade oeste. O maciço foi formado por um fenômeno geológico de ruptura das rochas.

No Marapicu encontra-se a Chaminé do Lamego, uma estrutura vulcânica, testemunho dos fenômenos de vulcanismo ocorridos naquele trecho da terra fluminense.

Os solos predominantes são o latossolo vermelho-amarelo, argissolo vermelho-amarelo (atual argissolo) e o cambissolo. A profundidade do solo em alguns pontos é menor que 50 cm, com presença moderada de pedregosidade e suscetibilidade severa à erosão, de baixa produtividade, não sendo uma região recomendada ao uso agrícola.

Há também muitos afloramentos de rocha, que ocupam os maciços em variadas altitudes. Nas depressões das planícies dos rios, ocorrem solos formados por materiais transportados pelas águas que descem dos morros e maciços.

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