Visitação :de segunda a domingo, das 8h às 17h (horário de verão até às 18h).

Criado em 1991, o Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET) é a primeira unidade de conservação do Estado do Rio de Janeiro que surgiu a partir da mobilização de movimentos ambientalistas e comunitários. Está situado nos municípios de Niterói e Maricá.

Com cerca de 3.500 hectares, a região tem grande relevância histórica desde o século XIX. Conhecidos naturalistas passaram pela área que hoje abriga o parque. Um deles foi o príncipe e naturalista alemão Maximiliano de Wied-Neuwied, que demonstrou o encantamento no livro Viagem ao Brasil. Outro viajante, que atravessou aquelas matas, em 1832, foi o naturalista inglês Charles Darwin.

Com trilhas e atrativos diversos, o PESET recebe visitantes durante todo o ano, sendo uma importante área conservada em perímetro urbano. Está inserido na Região Turística Metropolitana do Rio, tendo bem próximas outras unidades de conservação também geridas pelo Instituto Estadual do Ambiente: a Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Maricá e a Reserva Extrativista (Resex) Marinha de Itaipu.

  Administração :Rua Engenheiro Domingos Barbosa, nº 4 - Bairro Recanto de Itaipuaçu, Maricá-RJ

     (21) 2638 ‐4411

    Subsede: Rua das Rosas, 24, Itacoatiara, Niterói ‐RJ, CEP: 24348 ‐120

     Tel. : (21) 2709‐9176

     administrador@parqueserradatiririca.org

 Atividades permitidas : 

Segundo o Decreto Estadual nº 42.483/2010, que estabelece as diretrizes para o uso público nos parques estaduais do RJ:

I - visitação para lazer e recreação;

II - esportes de aventura;

III - esportes radicais;

IV - turismo de aventura;

V - ecoturismo;

VI - educação ambiental;

VII - interpretação ambiental;

VIII - pesquisa científica;

IX - atividades artísticas de fotografia, filmagem e artes plásticas; e

X - outras atividades compatíveis com os propósitos e objetivos dos parques estaduais, a critério do Inea. 

 Atividades não permitidas : 

I - o trânsito e o estacionamento de veículos automotivos em locais não autorizados;

II - a prática de bicicross e de mountain bike fora das trilhas designadas pelo Inea para esse fim;

III - o trânsito de veículos movidos à tração animal, exceto quando a serviço da administração do Parque;

IV - o uso e a permanência de animais domésticos;

V - o depósito de lixo fora dos recipientes apropriados (lixeiras);

VI - a retirada total ou parcial de qualquer planta ou amostra mineral;

VII - a caça, a pesca, a captura de animais silvestres ou a montagem de artefatos de caça, bem como proporcionar maus-tratos ou alimentação inadequada à fauna local;

VIII - a introdução de espécies animais ou vegetais, domésticas ou silvestres, nativas ou exóticas, sem a devida autorização, independente da forma de introdução no interior do parque estadual;

IX - a prática de atividades comerciais não autorizadas;

X - a utilização de produtos químicos para banho ou lavagem de objetos em corpos hídricos naturais ou artificiais existentes, assim como a captação da água para outros fins sem a devida autorização;

XI - a realização de eventos sem a devida autorização (festas, encontros religiosos e shows, dentre outros);

XII - a utilização de aparelhos sonoros, salvo com autorização expressa da administração do parque;

XIII - o ateamento de fogo na vegetação, bem como a realização de fogueiras ou qualquer outra conduta que possa causar incêndio florestal ou em outras formas de vegetação nativa;

XIV - o acampamento fora das áreas designadas para esse fim;

XV - a realização de caminhadas fora das trilhas existentes, bem como a abertura e interligação de atalhos que possam acelerar o processo erosivo das trilhas;

XVI - a realização de pesquisa científica sem a devida autorização;

XVII - o uso de imagem (fotografia, gravação, filmagem) dos parques estaduais para fins comerciais sem a devida autorização. Saiba mais.

§ 1º - Manifestações religiosas só poderão ocorrer em locais previamente designados para tal e todo o material empregado deverá ser recolhido imediatamente após o culto pelos praticantes.

§ 2º - O uso ou a permanência de animais domésticos no interior dos parques estaduais poderá ser autorizado, excepcionalmente, pelo chefe da unidade de conservação em circunstâncias que o justifiquem.

Conduta consciente em unidades de conservação

Informe-se sobre regulamentos,Restrições e condições climáticas. Planejamento é muito importante. Você é responsável pela sua segurança. Use somente as trilhas. Atalhos destroem plantas e raízes, além de causar erosão. Leve seu lixo de volta. Proteja a floresta de incêndios, não jogue pontas de cigarro nem acenda fogueiras. Respeite a fauna e a flora. Não alimente os animais nem retire plantas. Seja discreto, não faça ruídos desnecessários, nem deixe marcas em árvores ou rochas. Seja cortês com os outros visitantes e com a população local. Deixe os animais de estimação em casa.

Você é bem-vindo!


O processo de criação do parque foi impulsionado pela organização de movimentos comunitários e ambientalistas que não aceitaram as ameaças impostas à natureza local, no início na década de 70 - período marcado pela intensificação da expansão urbana na região oceânica de Niterói -, pois já antevia mudanças significativas para os ecossistemas lagunar e fluvial.

Ao final daquela década, a abertura permanente da barra de Itaipu em razão de um desses empreendimentos imobiliários reduziu em definitivo o volume das lagunas, atingindo diretamente a de Itaipu. Os impactos eram de tal magnitude que deram ensejo à primeira ação civil pública do Brasil, subscrita por centenas de cidadãos, e ao primeiro estudo de impacto ambiental realizado no país.

Nos anos 80, o movimento comunitário e ambientalista local avançou na forma objetiva de atuar e em dezembro de 1989 instituiu um grupo de estudos com o objetivo de embargar um grande loteamento na Serra da Tiririca. Foi preparado um documento que evoluiu para um projeto de lei estadual, de criação do parque, por fim aprovado no ano de 1991.

Do ano 2000 em diante, a mobilização social continuou por várias instâncias de representação, tendo conseguido que toda a área de entorno da laguna, Área de Preservação Permanente (APP), especificamente os ambientes de mangue, brejo, restinga e duna, assim como as áreas dos sítios arqueológicos da Duna Grande e Duna Pequena, além do sambaqui Camboinhas, fossem consideradas de domínio da União e de interesse cultural.

Em 2007, o parque foi ampliado com a adição do Morro das Andorinhas. A ampliação foi realizada pelo extinto Instituto Estadual de Florestas (IEF-RJ), hoje Inea.

Em outubro de 2012 houve nova ampliação com a anexação de grande parte da Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, do Morro da Peça (Niterói) e das porções emersas das Ilhas do Pai, da Mãe e da Menina Assim chegou-se, depois de tantas lutas e muitas vitórias, aos limites atuais, que hoje conta com uma área de 3.493 hectares distribuída entre espaços continentais e marinhos.


A parte continental do PESET está completamente inserida na Mata Atlântica, variando em suas tipologias e ecossistemas associados, tais como floresta ombrófila densa, vegetação rupícola, restinga e manguezal. Apesar de a vegetação na área do parque ter sido muito alterada ao longo dos anos, os remanescentes presentes dentro dos seus limites apresentam grande relevância florística.

Destaca-se a presença de cactos e bromélias, tais como a Vriesea costae, espécie vegetal símbolo do parque e endêmica dos afloramentos rochosos do entorno da baía de Guanabara e que se encontra criticamente ameaçada. Nas áreas de floresta ombrófila densa, já foram encontradas espécies pouco conhecidas para a ciência, algumas consideradas raras ou ameaçadas, como por exemplo: Abutilon anodoides, Guatteria reflexa, Rudgea discolor e Callisthene dryadum.

Ao todo, foram registradas 1.048 espécies vegetais no PESET, sendo seis espécies novas para a ciência. Destacam-se também árvores como pau-brasil (Caesalpinia echinata), ipê-amarelo (Tabebuia ochracea), gonçalo-alves (Astronium fraxinifolium) e jequitibá-rosa (Carianiana legalis). Em áreas do entorno da Lagoa de Itaipu, há trechos cobertos com vegetação de manguezal sujeitos à oscilação do nível do mar e constantemente úmidos, onde estão presentes as três espécies de plantas típicas dos manguezais brasileiros: Avicennia shaueriana, Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle, conhecidas respectivamente como mangue-amarelo, mangue-branco e mangue-vermelho. 

Já em trechos arenosos, no entorno da lagoa, observa-se vegetação típica de restinga, com espécies como araçá, leucena (Leucena leococephala) e quaresmeira. Pode ser encontrada também vegetação fixadora de dunas ao longo das praias e na área das Dunas Pequena e Grande, com a presença de espécies como o Ipomoea pes-caprae, Canavalia cf.rosea e Alternanthera marítima. Na zona de transição mangue-restinga, podemos encontrar espécies como rabo-de-bugio (Dalbergia ecastophyllum), algodoeiro-da-praia (Hibiscus tiliaceus) e samambaia-do-brejo (Acrostichum aureum).


O parque é considerado o mais rico em diversidade de fauna da região metropolitana do Rio de Janeiro, dentre os locais de fragmento de Mata Atlântica.  Até o momento, foi registrado um total de 365 vertebrados: 77 espécies de mamíferos, 77 de répteis, 55 de anfíbios e 199 de aves. Com relação às espécies de anfíbios, quatro estão sob algum tipo de ameaça como, por exemplo, a perereca-do-litoral (Scinax littoreus), espécie endêmica que é símbolo do parque.

Dentre os répteis, encontram-se 49 espécies de serpentes, 16 de lagartos e uma de crocodiliano. Destas espécies, a lagartixa Liolaemus lutzae, endêmica do Rio de Janeiro, encontra-se ameaçada. Todas as cinco espécies de tartaruga marinha da costa brasileira ocorrem na Enseada do Bananal e também sofrem algum grau de ameaça. Foram registradas também 183 espécies de peixes na região costeira de Itaipu, sendo três espécies listadas como estando em perigo de extinção (cação-anjo e caçonete), e outras espécies encontram-se ameaçadas de sobre-explotação (excesso de exploração dos seus recursos).

Dentro dos limites do parque são encontrados cerca de 22% da avifauna do Estado, abrigando 199 espécies, com o maior número de ocorrências registradas na região do Córrego dos Colibris. Abriga ainda espécies que sofrem algum grau de ameaça, como o gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus), a maracanã-verdadeira (Primolius maracana), a araponga (Procnias nudicollis) e o pinguim-de-magalhães (Spheniscus magellanicus).

O grupo que sofre maior pressão e ameaça é o dos mamíferos terrestres, principalmente pela redução de seu habitat no entorno da UC. Na do parque ocorrem espécies de mamíferos de pequeno e médio portes, tais como gambás, cuícas, morcegos, tatus, preguiça-comum e cachorro-do-mato. Deste grupo, a paca (Agouti paca) está em risco de extinção.

Na região marinha, mamíferos marinhos são avistados em período de migração, havendo relatos de 19 espécies de cetáceos, entre estes: baleia-franca-do-sul, jubarte, baleia-de-Bryde, orca, golfinho-de-dentes-rugosos, golfinho-pintado-do-atlântico, golfinho-nariz-de-garrafa, golfinho comum e boto-cinza.

Conheça as Aves do Parque Estadual da Serra da Tiririca


Os fenômenos atmosféricos atuantes na região, em geral, são os que atingem o Estado do Rio de Janeiro como a Massa Tropical Atlântica (MTA) e também têm influência direta, fornecendo ainda mais umidade e calor. Sua maior contribuição acontece no período de verão, cujas correntes de leste e sudeste trazem maior expressividade às características de clima tropical da região. Outro sistema muito importante que atua na região é a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é como uma faixa de nebulosidade, carregada de umidade, vinda do noroeste da Amazônia em direção ao Atlântico Sul. Esta acarreta fortes chuvas em todo o estado no período de verão. Já no inverno (período entre junho e setembro), a precipitação é baixa com agosto sendo o mês mais seco.

A temperatura média anual é de 23,7ºC, com temperaturas acima de 21ºC durante todo o ano. As maiores médias ocorrem entre novembro e abril, com índices entre 24,2 e 26,5ºC, sendo fevereiro o mês mais quente (26,5ºC). As menores temperaturas médias ocorrem entre maio e outubro, com índices que variam de 21,3 a 23ºC. Os índices de umidade relativa variam entre 77 e 80% durante todo o ano.


O Estado do Rio de Janeiro é subdividido em dez regiões hidrográficas no tange a gestão de seus recursos hídricos. A Baía de Guanabara é a segunda maior baía do litoral brasileiro, com uma área de aproximadamente 384 km² (Inea, 2007).

A região hidrográfica da Baía de Guanabara é formada por seis sub-regiões, estando o PESET inserido em duas delas: sub-região do Sistema Lagunar de Maricá-Guarapina e sub-região do Sistema Lagunar Itaipu-Piratininga, cujas bacias principais são, respectivamente, a do Rio Vigário e a do Rio João Mendes. As drenagens que nascem dentro da Serra da Tiririca alimentam os Rios Inoã, Itaocaia, Aldeia, João Mendes e Córrego dos Colibris.

Já no Setor Darcy Ribeiro, a disponibilidade hídrica é bem maior, e ali nascem alguns dos principais rios do município de Niterói: Jacaré, João Mendes, Arrozal, Córrego Santo Antônio, Córrego do Malheiro, Muriqui, Sapê e Pendotiba. Essa grande quantidade de rios e córregos é resultado da interação de diversos condicionantes geoambientais, como cobertura vegetal, relevo, tipo de solo, microclima, entre outros.


O parque é caracterizado em sua maior parte por maciços costeiros e interiores que expõem granitos e gnaisses, fraturas, veios de quartzo e outras feições, em um relevo montanhoso, muito acidentado, entre baixadas e planícies costeiras. Sua topografia incorpora as Serras da Tiririca, Grande e do Malheiro, os Morros do Cantagalo, do Jacaré, da Peça e das Andorinhas, entre outras elevações montanhosas que chegam à elevação máxima de 412 m, na Pedra do Elefante (ou Alto Mourão), seguido da Pedra do Cantagalo.

As rochas que ocorrem na região do PESET estão entre as mais expressivas do patrimônio geológico brasileiro. Em seu contexto histórico foram brevemente descritas por Charles Darwin em sua passagem pelo Rio de Janeiro, em 1832. Do ponto de vista científico essa formação geológica foi também fundamental para o desenvolvimento e consolidação do conhecimento geocientífico nacional, sendo sistematicamente mapeada desde o início do século XX. Destaca-se também o valor turístico e paisagístico dessa região, de importância nacional e internacional. 

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