O Parque Estadual da Pedra Selada (PEPS) é uma unidade de conservação de 8.036 hectares, constituída em 2012, parcialmente inserida nos municípios de Resende e Itatiaia, localizada na região do Médio Vale do Paraíba e sul fluminense da Serra da Mantiqueira. Protege uma importante área do bioma Mata Atlântica na região.
Com altitudes que variam entre 600 e 2.100 metros, o parque tem como principal atrativo turístico o Pico da Pedra Selada, de 1.755 metros.Tal nome se deve ao fato de a rocha possuir o formato de sela de montaria. Do seu alto, é possível ter uma ampla visão do Vale do Paraíba e Serra da Mantiqueira, como também para o Rio Preto, que faz divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Na área do parque há uma gama de rios e cachoeiras propícias para as atividades turísticas, com destaque para o Poço do Rio Marimbondo, na Vila de Visconde de Mauá.
  
Administração : Av. Presidente Wenceslau Braz, nº 200, Visconde de Mauá, Resende - RJ.
  Telefone : (24) 3387‐2318
 Atividades permitidas : 
Segundo o Decreto Estadual nº 42.483/2010, que estabelece as diretrizes para o uso público nos parques estaduais do RJ:
I - visitação para lazer e recreação;
II - esportes de aventura;
III - esportes radicais;
IV - turismo de aventura;
V - ecoturismo;
VI - educação ambiental;
VII - interpretação ambiental;
VIII - pesquisa científica;
IX - atividades artísticas de fotografia, filmagem e artes plásticas; e
X - outras atividades compatíveis com os propósitos e objetivos dos parques estaduais, a critério do Inea.
 Atividades não permitidas : 
I - o trânsito e o estacionamento de veículos automotivos em locais não autorizados;
II - a prática de bicicross e de mountain bike fora das trilhas designadas pelo Inea para esse fim;
III - o trânsito de veículos movidos à tração animal, exceto quando a serviço da administração do Parque;
IV - o uso e a permanência de animais domésticos;
V - o depósito de lixo fora dos recipientes apropriados (lixeiras);
VI - a retirada total ou parcial de qualquer planta ou amostra mineral;
VII - a caça, a pesca, a captura de animais silvestres ou a montagem de artefatos de caça, bem como proporcionar maus-tratos ou alimentação inadequada à fauna local;
VIII - a introdução de espécies animais ou vegetais, domésticas ou silvestres, nativas ou exóticas, sem a devida autorização, independente da forma de introdução no interior do parque estadual;
IX - a prática de atividades comerciais não autorizadas;
X - a utilização de produtos químicos para banho ou lavagem de objetos em corpos hídricos naturais ou artificiais existentes, assim como a captação da água para outros fins sem a devida autorização;
XI - a realização de eventos sem a devida autorização (festas, encontros religiosos e shows, dentre outros);
XII - a utilização de aparelhos sonoros, salvo com autorização expressa da administração do parque;
XIII - o ateamento de fogo na vegetação, bem como a realização de fogueiras ou qualquer outra conduta que possa causar incêndio florestal ou em outras formas de vegetação nativa;
XIV - o acampamento fora das áreas designadas para esse fim;
XV - a realização de caminhadas fora das trilhas existentes, bem como a abertura e interligação de atalhos que possam acelerar o processo erosivo das trilhas;
XVI - a realização de pesquisa científica sem a devida autorização;
XVII - o uso de imagem (fotografia, gravação, filmagem) dos parques estaduais para fins comerciais sem a devida autorização. Saiba mais.
§ 1º - Manifestações religiosas só poderão ocorrer em locais previamente designados para tal e todo o material empregado deverá ser recolhido imediatamente após o culto pelos praticantes.
§ 2º - O uso ou a permanência de animais domésticos no interior dos parques estaduais poderá ser autorizado, excepcionalmente, pelo chefe da unidade de conservação em circunstâncias que o justifiquem.
Conduta consciente em unidades de conservação
Informe-se sobre regulamentos, restrições e condições climáticas. Planejamento é muito importante. Você é responsável pela sua segurança. Use somente as trilhas. Atalhos destroem plantas e raízes, além de causar erosão. Leve seu lixo de volta. Proteja a floresta de incêndios, não jogue pontas de cigarro nem acenda fogueiras. Respeite a fauna e a flora. Não alimente os animais nem retire plantas. Seja discreto, não faça ruídos desnecessários, nem deixe marcas em árvores ou rochas. Seja cortês com os outros visitantes e com a população local. Deixe os animais de estimação em casa.
Você é bem-vindo!
A região hoje protegida pelo parque abrange um vasto corredor florestal, contendo parcialmente áreas públicas, propriedades rurais produtivas e propriedades de veraneio. Tal configuração é consequência do mesmo processo histórico de ocupação e crescimento econômico em diferentes locais ao longo da Serra da Mantiqueira.
O nome da serra na língua tupi-guarani significa “Serra que chora”, o que remete aos principais cursos d’água na região. Os principais são: rio Preto (que faz divisa entre os estados de Minas e Rio de Janeiro), rio Marimbondo, córrego do Vale do Pavão (Visconde de Mauá), rio Pirapitinga e rio Santo Antônio (Serrinha do Alambari).
Inicialmente a Serra da Mantiqueira, na região de Resende, foi ocupada pelos índios puris, que viviam da caça, pesca e agricultura primária de forma nômade. Eles se concentravam tanto nas margens do rio Paraíba quanto na região alta da serra. O domínio indígena prevaleceu até meados do século XVIII.
No final do século XIX, com a exaustão e infertilidade das terras, principalmente pela devastação no ciclo do café, além da carência de mão de obra após o fim da escravidão, as áreas passaram a ser ocupadas por núcleos coloniais de imigrantes europeus, que chegaram à região por meio de incentivo do governo brasileiro. Sem muito apoio do governo brasileiro, somente algumas famílias se fixaram.
Desde 1922, turistas vinham da Europa praticar o montanhismo em pontos como a Pedra Selada e o Pico das Agulhas Negras, hospedando-se nas casas das famílias europeias.
Foram emigrantes de Minas Gerais que introduziram as pastagens para a produção da pecuária leiteira, fazendo com que a região da Serra da Pedra Selada fosse responsável por um terço da produção leiteira do estado do Rio de Janeiro, até o final do século XX. Após um período de declínio econômico, entre as décadas de 1950 e 1960, naturalmente a cobertura vegetal nativa se regenerou, principalmente nas áreas de maior declividade.
Posteriormente, durante a década de 1970, com a vinda de movimentos sociais alternativos isolados (hippies e novos rurais), a região de Visconde de Mauá começou a desenvolver a vocação turística.
Atualmente a produção leiteira ainda exerce grande importância econômica, porém, ocupa uma área muito menor em relação ao período áureo.
A implantação do parque, única unidade de conservação estadual na Serra da Mantiqueira, permite a formação de importantes corredores ecológicos que protegem as nascentes dos rios de algumas das principais bacias hidrográficas da Região Sudeste, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável local. Abre ainda oportunidade para pequenos e médios empreendimentos, gerando postos de trabalho e renda, provenientes do fomento às atividades turísticas.
A grande variação de altitude no parque possibilita uma alternância climática que influencia diretamente os diferentes tipos de vegetação contidas no bioma Mata Atlântica. Nas áreas em que é possível a visitação, predominam a floresta tropical ombrófila densa, a floresta tropical ombrófila mista (araucárias) e a vegetação rupestre de campos de altitude (acima de 1.800 metros).
Já foram registradas, 452 espécies de plantas, sendo 30 delas pertencentes unicamente a esta porção da Mata Atlântica. Apresenta duas espécies ameaçadas de extinção: araucária e palmito-juçara.
Nas extensões do parque já foram registradas 46 espécies de mamíferos, como: gambás, tatus, pacas, esquilos, onça parda, jaguatirica, macacos e cachorros-do-mato.
Fique atento: Por ser uma região com florestas, pastos e beiras de rio, há incidência natural de animais peçonhentos (aranhas, serpentes e lagartas), sendo aconselhável o uso de calçado fechado, ter atenção nas trilhas e cachoeiras, respeitar as normas de acesso e evitar a utilização de caminhos alternativos, em que a presença desses animais é mais frequente.
O parque apresenta uma ampla variedade de aves, contabilizando cerca de 350 espécies, mais de 50% de todas as espécies com ocorrência no bioma Mata Atlântica.
Em geral, o clima na região é classificado como “subtropical de altitude”, de temperaturas médias amenas e quatro estações do ano bem definidas. As temperaturas têm média mínima de 11ºC. Já a temperatura mínima absoluta em junho, mês mais frio, pode chegar aos 9ºC negativos. A média de temperatura máxima é de 20ºC e, em fevereiro, mês mais quente, a temperatura pode chegar a 32ºC.
O mês de maior incidência de chuvas é janeiro, com média registrada acima dos 250 mm. Já em agosto, a incidência mínima de chuva é de 10 mm. A média anual é de 2.000 mm.
A umidade relativa do ar tem média anual de 60%. A mínima, com 30%, acontece nos meses de junho, julho e agosto. A máxima é de 90%, no mês de janeiro.
Situado na Serra da Mantiqueira, que na língua Tupi significa serra que chora, o entorno do parque apresenta vasta rede hídrica, cujas nascentes, rios, poços e cachoeiras estão divididos em seis sub-bacias hidrográficas:
Bacia do Rio Preto: que faz divisa entre os estados do Rio e de Minas;
Bacia do Rio Pirapitinga: que deságua do alto da serra na região de Visconde de Mauá em direção à Serrinha do Alambari, em que se situa o Rio Marimbondo, principal atrativo de água no parque, e o Rio Santo Antônio, que deságua na Serrinha do Alambari;
Bacia do Rio Alambari: localizada na Serrinha do Alambari, em que é comum a prática de banho de rio;
Bacia do Rio Ribeirão das Pedras: que nasce na região do Alto Penedo, procurada para banhos por moradores e visitantes na região turística de Penedo;
Baca do Rio Bonito: que nasce na Serrinha do Alambari e desagua na região turística de Penedo, com importante papel no fornecimento de água para uso doméstico na região;
Bacia do Rio Campo Belo: nascendo no alto do Planalto do Itatiaia, de função estratégica no fornecimento de água para fins de lazer, uso doméstico, comércio e indústria, principalmente para o município de Itatiaia.
Uma rica história geológica foi dividida em sete grupos de rochas que se formaram em dois grandes eventos no planeta, há 500 milhões de anos (as rochas pré-cambrianas compostas por gnaisse granítico) e há 70 milhões de anos (rochas alcalinas, Sienito e Nefelina).
As diferentes idades geológicas propiciaram um relevo que varia de 400 a 2.100 metros de altitude. Seus diferentes aspectos de cores e a imponência de formas são um atrativo visual à parte, com destaque para a Pedra Selada, Pedra do Sabão e Pedra da Boca do Sapo.
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Instituto Estadual do Ambiente