Foto :João Bee

Trata-se de um atrativo muito especial por apresentar um conjunto de ruínas do período colonial, 33 pequenas praias de mar abrigado, rios, cachoeira, um exuberante manguezal e ainda uma feição geomorfológica singular no Brasil, denominada de ria tropical, também chamado de fiorde tropical, pela semelhança com os fiordes nórdicos. 

O local pode ser descrito como um braço de mar estreito com cerca de 8 km de extensão e 10 metros de profundidade na entrada, cercado por uma cadeia de montanhas coberta de Floresta Atlântica, onde está localizado o Pico do Pão-de-açúcar, o único atrativo que proporciona uma vista panorâmica desse paraíso.

A subida

A praia do Cruzeiro é o ponto de partida para subir ao pico do Pão-de- Açúcar. A trilha íngreme tem 1,5 Km de extensão e o pico tem 383m de altitude.

O fundo do Saco do Mamanguá guarda o maior e mais preservado mangue da REEJ. É um berçário marinho por tratar-se de local de refúgio, reprodução e alimentação das espécies marinhas. O rio que deságua no manguezal forma a Cachoeira do Rio Grande, sendo permitida a visitação apenas com embarcações sem motor ou por trilha. É recomendado o acompanhamento de um condutor local, guia ou monitor ambiental no percurso do manguezal até a cachoeira.

As 33 praias podem ser visitadas por trilhas, que por vezes atravessam áreas habitadas por veranistas e moradores nativos. Em algumas localidades, como a praia do Manuel do gás, é possível encontrar ruínas de antiga fazenda de engenho. A praia do Cruzeiro tem um camping e um restaurante para receber os visitantes.

Além da beleza natural e de seus atributos históricos, a cultura tradicional caiçara é mais um atrativo, com a gastronomia e artesanato típicos, seus pratos feitos com peixe fresco e barquinhos de caixeta, produzidos com madeira típica dessa região estuarina.

Fique sabendo: apenas a margem direita do Saco do Mamanguá faz parte dos limites da REEJ.

  Como chegar :

O principal ponto de embarque para o Saco do Mamanguá é o cais de Paraty-Mirim, de onde também é possível fazer a trilha costeando a margem esquerda do Saco. A velocidade para navegação na extensão do Saco é inferior a 8 nós, sendo proibida a entrada de embarcação a motor no manguezal.



  Foto : Felipe Brandão

É a segunda maior praia da REEJ, com quase 1.000 metros de extensão. Com água cristalina e calma, nesta praia atualmente existem apenas dois núcleos familiares de população caiçara que resistiram à especulação imobiliária.

Nessa localidade é possível conhecer de perto alguns atrativos culturais, como a casa de farinha, local em que os nativos beneficiam a mandioca; um caprichoso artesanato de cipó feito por uma das moradoras mais antigas da localidade, Dona Dica; o cerco flutuante, técnica tradicional de pesca artesanal; e o quintal referência em agroecologia do Sr. Altamiro.

Uma caminhada de no máximo 15 minutos, em uma trilha de 500 metros, leva à bela Cachoeira da Praia Grande da Cajaíba.

As famílias residentes oferecem uma estrutura de camping no quintal de suas casas e restaurantes, que servem lanches e comidas feitas com peixes e frutos do mar.

A praia Grande da Cajaíba também é muito procurada para a prática de turismo náutico. Muitas embarcações saem da baía de Paraty e de Paraty-Mirim para passarem o dia no local. No canto direito da praia existe uma trilha de 3,2 km, que dá acesso à Praia Deserta, pequena praia onde existe uma casa de veraneio.

  Como chegar :

O acesso à Praia Grande da Cajaíba é feito apenas de barco ou pela trilha que vem da Praia de Itaoca e a trilha que vem da Praia do Engenho, no Saco do Mamanguá.



  Foto :Felipe Brandão

Martim de Sá é, sem dúvida, uma das mais fascinantes praias da REEJ. É habitada por apenas um núcleo familiar caiçara, a família dos Remédios. O patriarca é o Sr. Maneco, simpático caiçara que recepciona os turistas de todo Brasil atraídos por uma praia de beleza rara, rodeada pela Mata Atlântica. Sua esposa e filhos oferecem refeições, bolos e pasteis durante a temporada turística. Ele administra o único camping do lugar, que costuma ficar cheio principalmente no feriado do réveillon. No restante do ano a praia fica praticamente deserta, com alguns poucos turistas.

Atrativa para muitos surfistas pela formação de suas ondas, a praia não tem luz elétrica, por isso, além dos sons da natureza, nos feriados é possível escutar os sons de animadas rodas de violão que varam a noite no canto.

Martim de Sá faz parte da região mais preservada da Reserva e oferece outros atrativos além da praia, como o Pico do Miranda, um mirante a 625 m de altitude, acessado por uma trilha que passa por árvores de grande porte, e de onde é possível avistar a baía de Angra dos Reis, a Ilha Grande, a ponta da Juatinga e o mar de fora, num belo ângulo de Martim de Sá.

O poção é uma piscina natural muito procurada pelos turistas que querem se refrescar com um banho de rio. Fica a 2 km do camping de Martim de Sá.

A partir de Martim de Sá, existe uma trilha de quase 4 km, com subidas e descidas, que leva à Praia da Sumaca.

  Como chegar :

O acesso a Martim de Sá se dá apenas de barco, principalmente a partir do cais dos pescadores na cidade de Paraty ou de Paraty-Mirim.  Por trilha é possível chegar à praia a partir da comunidade da Praia do Pouso da Cajaíba, com 4 km de extensão. Ou pela trilha que se inicia na Vila Oratório, com 19 km de extensão.



  Foto : Felipe Brandão

Localidade que leva o nome da Reserva, em que vive a comunidade mais remota da REEJ. A ponta da Juatinga é a extremidade da península, uma porção de terra estreita cercada por água em dois lados e que conecta duas grandes extensões de terra.

É uma região que almeja cuidados até mesmo pelos navegantes experientes, por estar em mar aberto e sujeita a ventos fortes e correntezas. Como não existe praia, o embarque e desembarque na vila de pescadores é feito tradicionalmente em estivas, que podem ser descritas como um arranjo de troncos de árvores dispostos na costeira, de modo que facilite a entrada da canoa com a subida da maré.

Essa comunidade vive até hoje sem energia elétrica e com pouca oferta de água. Os quintais das casas são cuidadosamente enfeitados com muitos vasos de plantas e redes de pesca. Os moradores cultivam mandioca e outras culturas e pescam. O turismo ainda é pouco expressivo, já que o acesso depende de boas condições de mar.

Um atrativo imperdível é o farol da Juatinga, que também é um mirante para contemplar toda a localidade. A trilha que parte da comunidade até o farol tem 500 metros de extensão e é bastante íngreme.

  Como chegar :

O acesso à Ponta da Juatinga é feito de barco partindo do cais de Paraty ou de Paraty-Mirim até a localidade do Saco Claro, ponto de partida da trilha de 3 km até a comunidade da Juatinga. Dependendo das condições do mar, é possível desembarcar diretamente na Ponta da Juatinga.



  Foto :Filipe Espada

A Praia da Sumaca é uma das mais belas e isoladas da REEJ. Senhor Manequinho é o único morador da praia e durante a temporada de verão ele abre seu bar na praia para servir refeições e também receber turistas que queiram pernoitar no pequeno camping existente no local.

Fique atento: É preciso ter muito cuidado com as condições de banho e navegação. Quando o mar está mais agitado, as correntezas que se formam nos cantos da praia são perigosas.

  Como chegar :

O acesso à Praia é feito de barco até a praia do Pouso da Cajaíba e por trilha a partir da bifurcação existente à esquerda na trilha Praia do Pouso da Cajaíba - Martim de Sá. Também é possível chegar pela trilha de 4 km a partir da Praia de Martim de Sá. Outra maneira mais fácil de acessar a praia é desembarcar na localidade de Ibijiquara e fazer uma trilha de aproximadamente 40 minutos até a praia. Todavia, o desembarque na enseada de Ibijiquara depende das condições de mar, pois lá também não existe cais.



  Foto : Felipe Brandão

É uma das mais belas cachoeiras da REEJ. Deságua no costão rochoso e forma um belo poço a poucos metros do mar aberto. Ao chegar próximo a cachoeira, é importante ter muito cuidado ao descer pelas pedras para acessar o poço.

Fique atento: como a cachoeira está no costão rochoso, existe o risco de ondas invadirem o poço. Não existem salva-vidas no local e o resgate é dificultado pela declividade e distância da trilha até o posto de atendimento mais próximo na cidade de Paraty.

 

  Como chegar :

Localizado em área remota, para acessar este atrativo é preciso fazer uma caminhada de 4,2 km com nível de dificuldade pesado, que dura em média 2 horas e 30 mim a partir da comunidade da Ponta Negra. Por ser uma trilha considerada difícil, para mais segurança é obrigatória a contratação de um guia de turismo ou condutor local credenciado de acordo com a Resolução INEA N° 192 de 18 de dezembro e 2019. 

A entrada na trilha de acesso ao atrativo somente é permitida das 6h às 12h (13h no verão), a fim de que o retorno à comunidade da Ponta Negra seja realizado em segurança. 



  Foto :Felipe Brandão

A praia tem a terceira comunidade mais povoada da REEJ, com cerca de 160 moradores. De águas transparentes, tem aproximadamente 180 metros de extensão e é procurada pelos visitantes que desejam se hospedar num ambiente tranquilo em contato com a natureza. A comunidade tem três campings, diversas casas de moradores para aluguel e restaurantes com comidas típicas.

Os moradores ainda pescam com cerco flutuante e remendam suas redes na areia da praia em meio a uma boa prosa, com muitas histórias de pescador.

Chamada pelos antigos de Praia Negra, a praia da Ponta Negra é o ponto de partida para a região mais remota e mais preservada da REEJ. As trilhas para o Cairuçu das Pedras e para a Cachoeira do Saco Bravo partem dessa comunidade. A trilha até a cachoeira do Saco Bravo tem 4,2 km de extensão e a trilha para o Cairuçu das Pedras tem 6,5 Km de extensão, atravessando uma área de relevo acidentado, cercada por Mata Atlântica com espécies arbóreas de grande porte.

Outros atrativos da Praia da Ponta Negra são o Poço da Júlia e o Poço do Moisés, que ficam a 1,3 km, respectivamente da praia. São trilhas pouco utilizadas e devem ser feitas com acompanhamento de condutor local.

 

  Como chegar :

O acesso à comunidade da Ponta Negra de barco é feito a partir da Vila Oratório, de onde é possível contratar o serviço de transporte realizado por moradores da própria comunidade. Já para quem optar por chegar à praia por trilha, o caminho é feito a partir da Vila Oratório, passando pela Praia do Sono, Praia dos Antigos, Praia dos Antiguinhos e Galhetas. O percurso tem 7,8 km.



  Foto : Felipe Brandão

A Praia dos Antigos leva esse nome porque na primeira metade do século XX ainda era habitada por uma comunidade caiçara. Com o tempo os moradores se mudaram para outras vilas caiçaras e a praia ficou deserta. A praia não possui salva-vidas, por isso é importante ter muito cuidado nos dias de mar agitado.

A Praia dos Antiguinhos fica ao lado da Praia dos Antigos, é deserta e também tem águas cristalinas. A trilha inicia-se no canto esquerdo da praia dos Antigos, e tem 150 metros de extensão dentro da mata. Não é permitido acampar em nenhuma das duas praias.

Fique atento: em dias de mar agitado, a praia se torna perigosa para banho, com a forte correnteza.

  Como chegar :

O acesso pode ser feito por trilha e barco. São 5 km de trilha da Vila Oratório, 1,5 km da comunidade do Sono e 2 km da comunidade da Ponta Negra. É possível negociar com barqueiros nestas três comunidades para acessar a Praia dos Antigos, nos dias de mar calmo.



  Foto :Felipe Brandão

A Praia do Sono é a maior praia da REEJ e é onde habita a comunidade caiçara mais populosa. Menos isolada do que as demais comunidades, existem dezenas de campings para receber os turistas e muitos caiçaras alugam casas e chalés para hospedagem na temporada. Restaurantes e bares oferecem refeições e bebidas para os visitantes.

Muito procurada nos feriados, a praia é bastante frequentada por turistas principalmente no réveillon.  A noite é embalada pelo som de forró, reggae, MPB e de muitas rodas de violão. Na última semana de julho acontece o Festival de Inverno com várias atividades culturais na comunidade.

Outro atrativo da Praia do Sono é o Poço do Jacaré que fica a 1,2 km da praia, seguindo uma trilha que parte da igreja também localizada na praia.

O cume da trilha que leva até a Praia dos Antigos é um mirante imperdível para contemplar a Praia do Sono.

Fique atento: nos dias de mar agitado, à correnteza que se forma no canto bravo (canto direito da praia de quem olha para o mar). A praia não tem guarda-vidas. Não é permitido acampar fora dos campings que pertencem aos moradores.

  Como chegar :

É possível acessar a praia por uma trilha de 3 km a partir da Vila Oratório, ou contratar o serviço dos barqueiros que fazem o transporte com duração de aproximadamente 15 minutos. A trilha bem marcada é uma caminhada de nível médio. O ponto de partida para o transporte de bote também começa na Vila Oratório, onde é preciso pegar uma kombi que leva os turistas e moradores ao cais do condomínio Laranjeiras, em que ocorre o embarque.



  Foto : Felipe Brandão

Local da segunda comunidade mais populosa da REEJ, a Praia do Pouso da Cajaíba atrai muitos turistas e veranistas pelo seu mar calmo de águas claras. A comunidade recebe esse nome devido ao fato de que até hoje muitos barcos pesqueiros utilizam a praia para se abrigar quando o mar está de ressaca.

É possível fazer vários passeios saindo do Pouso da Cajaíba, como visitar as outras praias da enseada da Cajaíba e as praias de Martim de Sá e Sumaca.

Outro atrativo da Praia do Pouso da Cajaíba é o mirante da Pedra das Araras, uma caminhada que dura em torno de 1 hora, percorrendo uma trilha de 1,2 km de extensão. É uma trilha pouco utilizada e deve ser feita com acompanhamento de guia local.

  Como chegar :

O acesso é feito apenas por barco ou trilha. Geralmente, os turistas que se hospedam nessa praia pegam um barco em Paraty-Mirim, que demora em torno de meia hora até a comunidade. A Praia Grande da Cajaíba pode ser acessada em uma caminhada de 2 horas, cerca de 4 km, passando pelas praias da Toca do Carro, Itanema, Calhaus e IItaoca. Já a Praia de Martim de Sá pode ser acessada por uma trilha de 4 Km com quase 300 metros de desnível. O percurso dura aproximadamente 1 hora e 40 minutos e é muito utilizado pelos turistas, já que o desembarque em Martim de Sá depende de boas condições de mar.


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