Visitação : de segunda a domingo, das 7h às 17h

A Reserva Ecológica Estadual da Juatinga (REEJ) é uma unidade de conservação da natureza localizada no extremo sul do Estado do Rio de Janeiro, no município de Paraty, na Costa Verde sul-fluminense. São 9.797 hectares de remanescentes florestais de Mata Atlântica, restingas, manguezais e costões rochosos. Criada em 1992, a Reserva tem como objetivo proteger a biodiversidade, a paisagem e a cultura tradicional caiçara. Na unidade vivem cerca de 1500 pessoas em 15 comunidades e núcleos de ocupação localizadas ao longo da costa.

Toda a área da REEJ também está inserida na Área de Proteção Ambiental do Cairuçu, unidade de conservação federal administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

  Telefone : (24) 3371-9654 (21) 97930-0101

  reservajuatinga@gmail.com

 Atividades permitidas : 

Segundo o Decreto Estadual nº 42.483/2010, que estabelece as diretrizes para o uso público nos parques estaduais do RJ:

I - visitação para lazer e recreação;

II - esportes de aventura;

III - esportes radicais;

IV - turismo de aventura;

V - ecoturismo;

VI - educação ambiental;

VII - interpretação ambiental;

VIII - pesquisa científica;

IX - atividades artísticas de fotografia, filmagem e artes plásticas; e

X - outras atividades compatíveis com os propósitos e objetivos dos parques estaduais, a critério do Inea. 

 Atividades não permitidas : 

I - o trânsito e o estacionamento de veículos automotivos em locais não autorizados;

II - a prática de bicicross e de mountain bike fora das trilhas designadas pelo Inea para esse fim;

III - o trânsito de veículos movidos à tração animal, exceto quando a serviço da administração do Parque;

IV - o uso e a permanência de animais domésticos;

V - o depósito de lixo fora dos recipientes apropriados (lixeiras);

VI - a retirada total ou parcial de qualquer planta ou amostra mineral;

VII - a caça, a pesca, a captura de animais silvestres ou a montagem de artefatos de caça, bem como proporcionar maus-tratos ou alimentação inadequada à fauna local;

VIII - a introdução de espécies animais ou vegetais, domésticas ou silvestres, nativas ou exóticas, sem a devida autorização, independente da forma de introdução no interior do parque estadual;

IX - a prática de atividades comerciais não autorizadas;

X - a utilização de produtos químicos para banho ou lavagem de objetos em corpos hídricos naturais ou artificiais existentes, assim como a captação da água para outros fins sem a devida autorização;

XI - a realização de eventos sem a devida autorização (festas, encontros religiosos e shows, dentre outros);

XII - a utilização de aparelhos sonoros, salvo com autorização expressa da administração do parque;

XIII - o ateamento de fogo na vegetação, bem como a realização de fogueiras ou qualquer outra conduta que possa causar incêndio florestal ou em outras formas de vegetação nativa;

XIV - o acampamento fora das áreas designadas para esse fim;

XV - a realização de caminhadas fora das trilhas existentes, bem como a abertura e interligação de atalhos que possam acelerar o processo erosivo das trilhas;

XVI - a realização de pesquisa científica sem a devida autorização;

XVII - o uso de imagem (fotografia, gravação, filmagem) dos parques estaduais para fins comerciais sem a devida autorização. Saiba mais.

§ 1º - Manifestações religiosas só poderão ocorrer em locais previamente designados para tal e todo o material empregado deverá ser recolhido imediatamente após o culto pelos praticantes.

§ 2º - O uso ou a permanência de animais domésticos no interior dos parques estaduais poderá ser autorizado, excepcionalmente, pelo chefe da unidade de conservação em circunstâncias que o justifiquem.

Conduta consciente em unidades de conservação

Informe-se sobre regulamentos, restrições e condições climáticas. Planejamento é muito importante. Você é responsável pela sua segurança. Use somente as trilhas. Atalhos destroem plantas e raízes, além de causar erosão. Leve seu lixo de volta. Proteja a floresta de incêndios. Não jogue pontas de cigarro nem acenda fogueiras. Respeite a fauna e a flora. Não alimente os animais nem retire plantas. Seja discreto, não faça ruídos desnecessários, nem deixe marcas em árvores ou rochas. Seja cortêcom os outros visitantes e com a população local. Deixe os animais de estimação em casa.

Você é bem-vindo!


O município de Paraty está localizado na região da Baía da Ilha Grande e foi um porto estratégico para importantes ciclos econômicos do país, como o ciclo do ouro, da cana e do café, o que explica a existência de ruínas de fazendas de engenho, alambiques e vestígios do tráfico de escravos no interior da Reserva.

Os escravizados desembarcavam na península da Juatinga, onde ficavam em quarentena até serem leiloados ou vendidos, após serem batizados na localidade próxima chamada de Paraty-Mirim, que é porto estratégico de acesso a península.

No final do século XIX, Paraty foi ao declínio econômico com a abolição da escravatura, o abandono das fazendas de engenho e a construção da Estrada de Ferro Rio de JaneiroSão Paulo, deixando-a isolada da rota do comércio.

A partir de 1950, com a construção da estrada Paraty-Cunha e a abertura da rodovia BR-101, conhecida como Rio-Santos, em 1976, a cidade passou a desenvolver sua vocação turística, quando teve início um processo de valorização das terras e de especulação imobiliária, inclusive na península da Juatinga.

Os nomes das localidades da Reserva como Praia do Engenho, Cadeia Velha, Martim de Sá, entre outros, foram influenciados por esse histórico de ocupação do município.

Na península da Juatinga existem diversas comunidades caiçaras, cujo modo de vida depende dos recursos da terra e do mar, por meio da pesca artesanal, da agricultura de subsistência, do artesanato e mais recentemente do turismo de base comunitária.

Os caiçaras constituem grupos de população tradicional que vivem em comunidades no litoral, desde o sul do Estado do Rio de Janeiro até o norte de Santa Catarina. Seus costumes foram influenciados pelos indígenas, portugueses e descendentes de escravos, resultando numa rica cultura que resiste até os dias atuais, embora a especulação imobiliária e o turismo desordenado ameacem seu modo de vida.

A REEJ foi a primeira unidade de conservação estadual a ser criada tendo como um dos objetivos preservar a cultura tradicional caiçara e compatibilizar o modo de vida dessas populações com a conservação dos recursos naturais, necessários a sua sobrevivência e desenvolvimento social.


A REEJ está inserida no bioma Mata Atlântica e, por causa de fatores físicos como o clima, o relevo e o solo, sua vegetação predominante é classificada como floresta ombrófila densa, tendo com principais características elevadas temperaturas e altas taxas de precipitação.

Dentro de seus limites podem ser encontrados diversos estágios de regeneração de Mata Atlântica, com alta biodiversidade e ecossistemas associados como mangue, restingas e florestas de encostas.

Algumas das espécies arbóreas encontradas são: guapuruvu (Schizolobium parahyba), pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha), embaúba (Cecropia sp.), jacatirão (Tibouchina  sp.), timbuíba (Balizia pedicellaris), utilizada para a confecção de canoa, canela (Ocotea sp.), aroeira (Schinus terebinthifolius), utilizada para o tingimento de redes de pesca, figueiras (Ficus sp.) de grande porte, caixeta (Tabebuia cassinoides). Existem também diversas espécies de epífitas como bromélias e orquídeas encontradas no sub-bosque e também em afloramentos rochosos. As espécies de palmeiras existentes são chamadas pelos nativos de tucum, pati, indaiá, brejaúva, pitomba e o palmito juçara (Euterpe edulis), espécie largamente explorada e ameaçada de extinção.

A vegetação de mangue é encontrada nas regiões estuarinas, em que ocorrem espécies de mangue-branco, mangue-vermelho e siriúba.

No fundo do Saco do Mamanguá, região de mar abrigado, localizado na porção norte da Reserva, existe uma extensa área de caixetal bem preservado. Trata-se do nome dado às áreas de planícies de inundação da Mata Atlântica, em que predomina a espécie arbórea conhecida popularmente como caixeta (Tabebuia cassinoides). Esta espécie é muito utilizada para confecção de artesanato.

Além da vegetação nativa de Mata Atlântica, também existem espécies exóticas, muitas delas frutíferas encontradas nos quintais caiçaras como mangueira, jambeiro, abacateiro, jaqueira, entre outras.


Recentemente foram identificadas na Reserva mais de 200 espécies de aves. Entre outras, tiê-sangue (Ramphocelus sp), saíra-sete-cores (Tangara sp.), tucano (Ramphasthos sp.), sanhaçu (Tangara sp.), coleiro (Sporophila sp.), trinca-ferro (Saltator sp.).

A pesca é uma das atividades mais tradicionais nas vilas caiçaras. Dentre as espécies encontradas, destacam-se algumas conhecidas popularmente como garoupa, espada, sardinha, enchova, galo, corvina, marimba, piragica, sororoca, vermelho, carapau, sargo, bonito, xerelete, olho de boi, cação, tainha, bicudo, robalo e a cavala, entre outras.

Dentre as espécies de mamíferos, estão paca, cutia, tatu, preguiça, gambá, porco-do-mato, tamanduá, gato-do-mato, muriqui.

Quanto a serpentes observadas pelos moradores, as mais comuns são jararaca e jararacuçu (Bothrops sp), coral (Micrurus sp.) e caninana (Spilottes sp.). 

Reserva Ecológica Estadual da Juatinga


A península da Juatinga apresenta clima tropical úmido, com peculiaridades no padrão de distribuição das precipitações e temperaturas, em função das características do relevo.  Nos meses de verão, as chuvas ocorrem no início da manhã e no início da noite, devido a características climáticas locais.

O impacto das frentes frias é mais intenso nos meses quentes de verão (novembro a março), enquanto que nos meses de inverno (maio a agosto) predomina uma estação seca. A temperatura média no verão fica entre 25° e 26° e no inverno tem valores mensais médios variando entre 18º e 20°


A REEJ tem a particularidade de ser formada por bacias hidrográficas costeiras, que se caracterizam por estarem na faixa litorânea, onde as nascentes são próximas ao mar. Os cursos d’água são de curta extensão e logo deságuam no mar. Estas bacias costeiras são drenadas pelo Córrego da Jamanta, Córrego da Ponta Negra, Córrego do Caju, Córrego Cairuçu, Córrego da Cachoeira Grande, Córrego da Espia, Rio da Itaoca, Córrego da Praia Grande e Córrego do Pão de Açúcar.

A diferença de altitude das nascentes e o curto percurso do rio até a foz formam inúmeras quedas-d’água. Dentre as principais cachoeiras da REEJ, estão a cachoeira da Praia Grande da Cajaíba, o poço do Jacaré, o poção de Martim de Sá, a cachoeira de Galhetas e a cachoeira do Rio Grande. A cachoeira do Saco Bravo merece destaque por estar em pleno costão rochoso, formando um poço a poucos metros de desaguar no mar.

A REEJ, inserida na baía da Ilha Grande, integra o Comitê de Bacia da Região Hidrográfica da Baía da Ilha Grande, que tem como objetivo alavancar propostas e ações que preservem o ambiente e, especialmente, promovam a recuperação, conservação e preservação dos recursos hídricos.


A formação geológica dessa região é predominantemente composta por granitos e gnaisses, os quais se associam a sedimentos continentais, marinhos e mistos da idade cenozóica. Essa região costeira apresenta topografia acidentada, composta por morros e montanhas pertencentes à Serra do Mar com declividade que varia de 25°a 45º. Outro componente importante do relevo da região são as Planícies Costeiras.

Essas características dão origem a solos de alterações residuais e superficiais delgados, com frequentes afloramentos de rocha e potencialmente suscetíveis a erosão. O tipo de solo é predominante Cambissolo háplico, com elevada acidez e alto teor de alumínio.

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